"No fim tudo dá certo, se ainda não deu certo é porque ainda não chegou ao fim."

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A verdade sobre os príncipes encantados.


Ele chega te ilude, te ganha e te leva. Você vai crente que viverá sua grande história de amor. E segue na garupa do seu suposto príncipe. O problema é que durante o caminho ele pensa em tudo que está deixando pra trás. Se arrepende e decide que não quer continuar. Então ele freia bruscamente sem sequer te avisar. Ele se segura. Você cai; bate com a cabeça e perde a memória. Ele vai embora ileso. Você continua pelo caminho, sozinha. Mas procurando alguma coisa… “Ah! Claro, o meu príncipe.” E por aí vai. Nesse ciclo vicioso. A espera só persiste porque é como se fosse a primeira vez. Acredite, esse príncipe que você encontrou hoje e pensa ser o amor de sua vida pode ser o décimo que passa pelo seu caminho. E virá um outro, e outro, e outro… e todos vão te fazer cair do cavalo. E cuidado, uma dessas quedas pode ser fatal. E não vai ter beijo de príncipe apaixonado que te faça levantar.

A. Azevedo

Sentir-se amado


O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.

Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.

Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?

Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. “Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho”.

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. “Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato.”

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.”

Martha Medeiros